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jueves, 30 de junio de 2011

Entrevista para Brasil: "Fumigaciones victiman a otro niño en la provincia de Santa Fe"

Fumigações vitimam mais uma criança na província de Santa Fé

(Leer en Español aquí):

Camila Queiroz
Jornalista da ADITAL

Ontem (25), Marcos Gentiletti, de oito anos, faleceu vítima de uma leucemia mielóide que contraiu devido à exposição a fumigações com a substância glifosato, comercializada pela multinacional Monsanto. O garoto morava na localidade de Villada, província argentina de Santa Fé. No início deste ano, na mesma localidade, a bebê Julieta Sandoval faleceu. Ela nasceu com múltiplas más formações que apontam como causa o uso de agrotóxicos.

Em Villada, as fumigações ocorrem a menos de 100 metros das casas e as máquinas de fumigar circulam pela localidade, despejando agrotóxico em espaços verdes e terrenos baldios. Os moradores exigiram o cumprimento da Lei 11.273, que trata das fumigações, contudo, o presidente comunal, Ramiro Hernandez, não atendeu as denúncias.

Uma nota de autoria da advogada e ambientalista Graciela Gómez, publicada pela agência BWN Patagônia, motivou a decisão da comuna de regular as fumigações e apoiar a família do garoto Marcos.

Em entrevista à ADITAL, Graciela denunciou que a lei 11.273 está no Senado da província de Santa Fé desde o ano passado para ser regulamentada, mas os políticos não se empenham no assunto. "Agora em época de eleições poucos lhes importa a saúde da gente porque a soja domina a província e cada nível do governo socialista, afirmou, acrescentando que a reforma já tem "meia sanção” de deputados.

A ambientalista qualificou a conivência e corrupção dos políticos como "escandalosa”. Como exemplo disso, contou que solicitou fiscalização após o caso da bebê Julieta, mas não obteve sucesso na justiça, nem acolhida na Associação de Médicos. Ela pontua ainda que o governador da província de Santa Fé, Hermes Binner, médico, e o senador Juan Carlos Zabalza, presidente do bloco da Frente Progressista Cívico e Social, bioquímico, apesar de suas profissões, afirmam desconhecer os problemas decorrentes das fumigações.

Para combater a situação perigosa a que os moradores estão expostos a advogada recomenda solicitar ao juiz de amparo um julgamento "Bravo Celeste c/ Comuna de Ibarlucea e outros"; e pressionar por um informe que o Ministério da Saúde deveria editar sobre os casos de intoxicação, má formações e mortes.

Outro grave problema é o fato de os toxicólogos não preencherem o formulário C2, requerido por lei e com o objetivo de informar sobre a ocorrência de intoxicação. Por isso, uma ação necessária, de acordo com a advogada, é exigir que os centros toxicológicos, como Toxicologia, Assessoramento e Serviços (TAS), deixem de ser subsidiados pela Câmara de Saúde Agropecuária e Fertilizantes (Casafe), que teria perdido a credibilidade, segundo ela.

Graciela também questiona o fato de as pessoas intoxicadas em Santa Fé serem atendidas em outras províncias e revela que toxicólogos ligados ao TAS e à Comissão Nacional de Investigação sobre Agroquímicos são favoráveis ao uso do glifosato, proferindo palestras com esse posicionamento.

"Uma delas, integrante do Grupo 5 da Comissão, assessora a Chemtec, a fábrica de agroquímicos do Paraguai, que tem processos penais por envenenamento de crianças em escolas situadas em bairros adjacentes à fábrica”, denuncia.

Na opinião da ambientalista, o quadro argentino no tocante às fumigações é muito ruim, pois não há decisões políticas. "As pressões dos organismos agrários pesam mais que os enfermos que se ocultam, os hospitais sabem da problemática, mas nenhum médico assina um certificado que confirme a relação veneno-câncer-má formações, tudo se oculta”, enfatiza.

Apesar de todos os danos do uso de agrotóxicos, o governo aprofunda o modelo de produção que utiliza as substâncias químicas, subsidia a substituição de floresta natural por área de reflorestamento e destrói a agricultura familiar.

"A realidade do país é incrementar ainda mais a fronteira agropecuária, as exportações de grãos para alimentar porcos com a falácia de acabar com a fome no mundo. Lamentavelmente, a realidade é que estão acabando com a vida e os recursos, como solo e água”, finaliza.

Fuente: ADITAL BRASIL

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